O narrador audiente
Palavras-chave:
Narrador, Audiente, Popular, EletrônicoResumo
O advento web reconfigura o significado que McLuhan atribuiu à Mass-Age, em obras como O Meio são as Massa-gens (Record, 1969) ou Guerra e Paz na Aldeia Global (Record, 1971). Enquanto para um grupo a rede é palco de jogos, para outros, pode ser uma cortina que guarda segredos íntimos e, para outros, ainda uma grande sala de aula, com possíveis ideias ou pontos de vista a formatar o perfil de um ou de outro narrador. Assim percebemos uma dialética para o novo narrador, dialética a ser dirigida pelo posicionamento do ponto de vista desenhado a partir do uso político de seu olho eletrônico em seu alcance na rede, o voo do falcão através das narratividades on line, voo real time, glocal. Uma dialética que se abre em um quadrado semiótico a tensionar dois pontos opostos – o interesse do Estado versus o interesse corporativo – alinhando ou opondo um ou dois desses pólos a um ou outro perfil de usuário em nome de si mesmo ou em nome de outros. Traçando um paralelo com Walter Benjamin em vias de abraçar a diversidade de narradores hoje pela rede, através da ideia de híbrido de Canclini caminhamos para a construção de um conceito de narrador que consiga, ainda que de forma simbólica ou fenomênica, dar conta de toda a mudança que traz o eletrônico: um câmbio na relação da audiência do século analógico com a consciência social do popular que hoje acessa e participa ativamente do processo comunicativo com todas as suas nuances.