PRESENTIFICAÇÕES, FACTICIDADES

Resumo

Este trabalho fomentou reflexões sobre a impossibilidade de circunscrição do fluxo de singularizações do pensamento estético em territórios distintos - o território da Arte e o território da realidade. Não há, portanto, circunscrições que sobrevivam à semiose. A realidade - aqui compreendida a partir de uma expansão de seu conceito - é cada vez mais algo em aberto, constituído de feixes simultâneos de incompletudes singularizados por signos de toda natureza, em contínuos deslocamentos e, portanto, nômades, sem pouso, a gerar novos perceptos postos em fricção e mistura. Neste sentido, o presente artigo aborda discursos da Arte que se efetivam como entes da realidade, ação aqui identificada em linguagens geradas no âmbito do Neoconcretismo, movimento de grande importância para a arte brasileira e para a formação da arte contemporânea internacional. Análises desses discursos estéticos, presentes neste texto, são embasadas pela Teoria da Percepção de Charles Sanders Peirce, compreendida por Lucia Santaella em Percepção:  fenomenologia, ecologia, semiótica.